Como todos sabem, a união de Hiddleston + UNICEF UK sempre trás histórias lindas e comoventes, de tristeza e esperança ao mesmo tempo. Em 2013, Tom fez sua primeira visita humanitária à África, onde relatou em seu blog diário durante cinco dias suas experiências em uma região da Guiné devastada pela fome e sede, porém, ao que tudo indica, aquela não foi e nem parece que será a última.
No começo deste ano, o ator esteve no Sul do Sudão, um país ao nordeste da África que sofre cada vez mais pelas guerrilhas constantes. Desta vez não existem muitas fotos e tampouco um blog diário relatando seu tempo por lá, mas ele ainda assim tem um recado de alerta para dar a todos, olhem só:
Tom Hiddleston no Sudão do Sul: As crianças merecem a chance de uma infância.
"Em meio a crises e conflitos, são
crianças as mais atingidas. Eu vi isto por mim mesmo no Sudão do Sul, em uma
visita ao país com a UNICEF no início deste ano. O Sudão do Sul é uma guerra
esquecida, que fere crianças com uma brutalidade imperdoável. Estupros,
recrutamento forçado e ataques a escolas estão se tornando uma parte diária de
suas infâncias.
O país declarou independência do Sudão
em 2011 e tem sido despedaçado por conflitos políticos e civis desde dezembro
de 2013. As principais cidades transformaram-se em zonas de guerra, com
cidadãos fugindo para a relativa segurança das áreas rurais. Muitas pessoas,
muitas crianças inocentes: perdidas, desesperadas, morrendo de fome.
Um dia antes de meu voo para o Sul do
Sudão, em fevereiro deste ano, a UNICEF anunciara que ao menos 89 garotos
haviam sido raptados enquanto se preparavam para os exames escolares em Wau
Shilluk, no estado do Alto Nilo. Esses meninos, alguns de apenas 13 anos de
idades, foram forçosamente recrutados por uma milícia armada.
Três dias depois, eu me encontrava na
exata mesma vila onde tudo aconteceu, um dos lugares mais remotos que eu já
vira. Caminhando ao redor escola desolada, a destruição deixada pelo rastro da
interrupção violenta da milícia na semana anterior ainda era visível. O
parquinho estava vazio, carteiras escoladas derrubadas e portas penduradas nas dobradiças.
Em uma das salas de aula, eu conheci
John* de 15 anos, que conseguira escapar do sequestro. Sentado no chão perto do
canto, ele me contou que temia pela sua vida, que todos temiam. Ele me contou:
“nós temos um grande problema para nos preocupar. Os soldados estão matando
pessoas”. Porém, apesar do imenso perigo, ele ainda assim queria comparecer às
aulas e preparar-se para seus exames.
No Sul do Sudão, cerca de 13,000
crianças foram recrutadas e estão sendo utilizadas em todos os lados da
hostilidade, pondo suas vidas em risco e mudando irreversivelmente seus futuros.
Encontrei um trabalhador humanitário da UNICEF na região do Alto Nilo, que
conhecia dois garotos desesperados para ir para casa, mas ainda presos pelo
medo que a milícia instalara em seus corações. As crianças nesta situação
encaram uma escolha impossível, matar ou serem mortas. Para alguns, essas
crianças podem parecer uma causa perdida. Mas não para a UNICEF que, assim como
fornecendo água e cuidados vitais às crianças do país, estão trabalhando para
libertar e reabilitar aqueles ainda oprimidos pela luta.
No estado de Jonglei, alguns dias
depois, deparei-me com centenas de garotos que haviam sido recentemente soltos
por um grupo armado chamado “Facção Cobra”. Eles estavam vivendo em um Centro
de Cuidados Interino da UNICEF, aguardando pela reunificação com suas famílias.
Todos recebiam abrigo, comida, educação, roupas e tratamentos de saúde básicos,
assim como aconselhamento.
Um desses garotos, Afrikey* de 16 anos,
estava se reencontrando com sua família pela primeira vez em quase dois anos no
dia de nossa visita. Seu recrutamento, porém, havia deixado em si várias
cicatrizes emocionais. Ele vira coisa que um rapaz de sua idade jamais deveria
ter que ver e possuía um olhar distante de um homem muito mais velho, uma
profundidade em seu rosto. Eu
testemunhei a reunião dele com sua mãe: um pouco de esperanças em meio à
devastação.
Até este dia, não existe qualquer
registro oficial sobre o que aconteceu com os 89 garotos de Wau Shilluk. Eu não
posso evitar pensar onde estarão eles, o que estarão fazendo e se suas famílias
sequer chegaram a vê-los novamente.
É por essas crianças, por meninos como John e Afrikey, que eu estou
apoiando a nova campanha da UNICEF UK, que apela ao Governo a priorizar a
proteção das crianças contra a violência em situações de crise. Crianças, sejam
aquelas viajando pela Europa como refugiadas ou vivendo em conflitos como no
Sul do Sudão, merecem a chance de uma infância.
Pelo bem de cada criança em perigo, nossos lideres devem tomar uma
posição e fazer mais. O público pode apoiar o apelo da UNICEF UK ao primeiro
ministro para proteger estas crianças da violência em unicef.uk/protect"
* Nomes alterados para proteção
de identidades
Fonte: Idependent
1 comentários:
É muito triste o que o Tom relatou, rápito de crianças para guerrilha, problemas emocionais que carregaram para sempre, algu tem que ser feito.
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