Entrevista ao Screenrant

Já estamos quase na metade de outubro, e faltam apenas alguns dias para a estréia de Thor: O Mundo Sombrio. E para entrar na vibe do filme, que tal conferir a super entrevista do Tom que foi publicada lá no Screenrant? :)

Então, nós veremos a conseqüência de suas ações depois de voltar a Asgard?

Bem, inevitavelmente, Loki está de volta a Asgard. É para onde todo mundo viu ele ir com Thor ao final de Os Vingadores no Central Park, e o que é interessante sobre esse filme é que é, uh, você sabe, [gagueja] ele retrata, [risos] a sequência desses eventos.

E você começa a ver a opinião de alguns personagens principais em Asgard. Você começa a ver a perspectiva de cada personagem sobre o que o Loki fez...

OK.

... E eles tendem a ser diferentes e desesperados, variando de tom e, uh, também de empatia. Mas é emocionante. Quero dizer, é um trampolim para um novo capítulo. Isso significa que, como ator,  eu não estou me repetindo de forma alguma. Porque a última vez que Loki estava em Asgard foi no final de Thor quando ele soltou a lança e ele desapareceu em um buraco de minhoca no espaço e no tempo.

E então ele passou um bom tempo na Terra tentando destruir Nova York. E agora ele está de volta em Asgard como um ser diferente, com uma mentalidade diferente. E, portanto, o tipo de química que ele criou apenas por estar lá é imprevisível e fantástico.

Existe um tom mais sombrio neste filme - ele parece mesmo ser mais escuro ao longo do caminho?

Acho que sim. Eu acho que é o nosso privilégio sermos autorizados a percorrer esse caminho, e é o que nós estabelecemos - certamente Thor e Loki - através de dois filmes. Então, isso significa que você pode colorir em tons mais escuros com cada personagem. Isso significa que Thor pode ficar mais escuro como um personagem. E mais complicado. Isso significa que Loki pode mergulhar ainda mais em sua complexidade e dimensão. O que é realmente a coisa mais interessante sobre estar vivo é que não há preto e branco. Existem muitos tons de perspectivas das pessoas sobre os acontecimentos. E para ser honesto, é algo fascinante que Thor: The Dark World foi escolhido como título, porque a história gira em torno de... Bem ... Você sabe que Malekith está no filme?

Sim.

E ele era um elfo negro. Portanto, não é apenas sobre a batalha mitológica e física entre claro e escuro. Mas há algo sobre crescer e aceitar a responsabilidade, não importa quem você é. Se você é um rei coroado, um rei em espera ou um prisioneiro envergonhado. Aceitar a responsabilidade e crescer é escuro. É uma experiência escura. Não é fácil, e eu acho que isso é o que é interessante sobre o material, ele é uma espécie de experiência emocional, psicológica e espiritual - Espero que, você sabe,  já que nós estamos no meio de tudo, que abarquemos uma experiência mais complexa e obscura. Juntamente com muita ação!

Que tipo de desenvolvimento de personagem foi escolhido para o Loki?

Hum, [Risos] Eu sou meio que pego com essas perguntas. Ele tem uma relação interessante com sua família. Essas relações são realmente interessantes. Então você tem Odin, Frigga e Thor e também os Três Guerreiros e Sif. E, hum, você sabe, ele é um psicopata. [Risos]

A coisa mais fascinante sobre um psicopata, seja um detento perigoso em uma prisão de segurança máxima ou alguém que é uma criatura mitológica que permeia a imaginação humana por quase 3,000 anos é indagar se a compaixão e a bondade ainda estariam lá. Essa é a pergunta. A pergunta interessante é, por quê? Por que qualquer psicopata realizaria esses atos? Por que ele deseja mal a todos? E o que ele quer? E será que ele ainda se importa com o que quer? Eu acho que - como  ator - isso é uma coisa realmente emocionante de se interpretar. Quando você está na escuridão e está tão cheio de ódio, destruição e sabotagem. Parte disso é auto-ódio e auto-sabotagem que Loki usa como motivação, e é interessante perguntar por quê.

Você então gosta do Loki?

Eu gosto, sim. Tem de ser. Você não pode julgar. Na minha mente, eu já fragmentei a sua carga de dor.  E assim,  posso facilmente me levantar e defendê-lo, embora muitas de suas ações sejam indefensáveis​​, mas eu sei por que, eu acho. O que é interessante é que essas respostas estão trancados em algum tipo de armário e ele está lá e ninguém tem a chave. Você sabe o que eu estou dizendo? Então, sim, eu gosto dele. Eu também sou extremamente charmoso.

[Risos]

Ele é alguém que é um tanto desagradável, mas muito elegante. Você sabe, ele é alguém que parece ser bom, até fazer coisas realmente ruins.

[Risos]

Parece legal ou algo assim, você sabe o que quero dizer? E o que eu amo sobre o jogo dele é que há  uma certa satisfação, e agora por causa da forma como o personagem foi desenvolvido por Joss Whedon em Os Vingadores, me incentivou a me divertir. Me divertir como ator e aproveitar que o Loki está se divertindo destruindo Manhattan. Ele está adorando provocar todo mundo e jogar uns contra os outros como um mestre de xadrez. E agora eu realmente sinto que sou o deus do mal. E interpretar alguém com esse elemento malicioso em toda a sua imprevisibilidade é muito, muito divertido.

Nos quadrinhos Thor e do Loki tem uma dinâmica de mudança constante. Às vezes, eles são melhores amigos. Às vezes, eles se odeiam. Neste filme eles estão mais perto de ser amigos, em algum momento  é mostrado  algum elemento unificador entre eles  - você sabe o que quero dizer?

Sim, absolutamente. Eu só estou pensando se posso responder a essa pergunta.

[Risos]

É sempre ambivalente da maneira que é verdade como nos quadrinhos e é muito divertido para mim e Chris Hemsworth interpretarmos, porque o que é realmente consolador  em Os Vingadores é o fato do Thor ainda realmente se preocupar com o Loki. E parte da razão pela qual ele estava lá era para protegê-lo. Ele estava apenas tentanto encontrar a bondado nele e levá-lo para casa.

E temos sido muito cuidadosos para não repetir aquele momento. A atitude de Thor tem que mudar. Portanto, a atitude do Loki tem que mudar. E sua relação um com o outro - a sua necessidade do outro - a sua antipatia, oposição, isso está mudando constantemente. Isso é o que faz com que seja divertido de interpretar. Essas forças arquetípicas de claro e escuro. E, na verdade, a leveza e a escuridão ficam piscando entre os dois.

O Tesseract ainda é um fator? [Risos]

Não posso dizer.

O Loki depois se arrepende de suas ações nos dois primeiros filmes?

Uh, há uma cena inteira dedicada à possibilidade disso acontecer ou não. [Risos]

Como foi o seu relacionamento com Malekith? Nos quadrinhos eles são ambos ruins, mas eles meio que não se dão bem porque eles têm diferentes razões e outras coisas. Qual é a relação com Loki ser o cara mau e Malekith vir junto?

Bem, sem falar muito, há um grau de reconhecimento mútuo, digamos assim.

Para os dois?

Sim, sim.

OK.

É preciso um para conhecer o outro.

Será que Loki tem alguém que compartilha sua visão de mundo, que acha que ele deveria ser o rei?

Não.

[Risos]

Ele está meio deslocado. Por uma boa razão. Eu acho que todo mundo está certo se eu estou de pé para defendê-lo objetivamente. Quero dizer, houve uma má educação por parte dos pais, vamos falar francamente.

[Risos]

Mas eu acho que para ele é como se não houvesse sido a decisão certa criar aquele tumulto apocalíptico que aconteceu Os Vingadores.

Você está no seu terceiro diretor enquanto interpreta esse personagem. Quanto mais propriedade que você está tomando sobre o Loki neste filme, contra os dois últimos? E você acha que as pessoas vão  olhar mais para você, para o que sentem sobre cenas?

Sim, isso é o que tem sido muito emocionante. Todos na Marvel - Kevin Feige, Craig Kyle e Alan Taylor como diretor e Chris Yost, o roteirista - Lembro-me de falar sobre a história desse filme com os produtores, enquanto estávamos viajando por aí fazendo a press tour para Vingadores, e meio que comentamos para onde iríamos seguir, você sabe. As pessoas estavam respondendo positivamente ao  filme. E há algo que me deixa muito feliz por ter sido dado esse papel é a confiança que os fãs tem, porque eu vivi através dele, você sabe. Outras pessoas podem ter a sua opinião objetiva sobre para onde Loki deveria ir, mas eu vivi cada momento. E, às vezes, eu poderia ser, acho que sou a única pessoa que sabe como ele se sente e sempre tenho idéias. Algumas delas são, você sabe, eu tenho certeza que são terríveis.

Mas algumas deles são boas e estão no filme. E isso é realmente emocionante. É como você se sente quando sabe que eu conheço cada centímetro de Loki e sou a única pessoa que o interpretou. Assim, outras pessoas tem escrito sobre ele, outras pessoas tem atirado nele, outras pessoas têm enquadrado ele, mas eu conheço o seu interior. E isso é realmente emocionante, eu dei alguns acréscimos a ele. É realmente muito bom.

Como é ser parte de uma grande franquia? Isso mudou você ou não?

Mudou? Não mudou, você sabe. Quero dizer que foi estranho quando o Os Vingadores saiu porque era muito maior do que eu esperava, mas não, você sabe. O pouco que eu amo é que eu realmente amo atuar e tudo o que envolve isso. Ser, por falta de uma palavra melhor [pausa], uma celebridade - é algo que eu não estou interessado. Eu acho isso meio estranho.

É tão difícil responder a essa pergunta porque o negócio é tão complicado e há tantas questões. Eu tento não pensar sobre isso, porque eu acho que depois que você começar a latir para a árvore errada, você sabe. Isso não influencia você só porque você é bom em alguma coisa, não significa necessariamente que você vai ser bom sempre e você precisa continuar tentando, precisa continuar perseguindo as oportunidades que lhe fazem se apaixonar por elas ou que inspiram você. E continuar o bom trabalho. É uma pergunta muito boa porque é algo que realmente surge. Algumas pessoas me tratam de forma diferente e outras pessoas não. Mas é tudo tão inconsistente que não deveria ser assim. Isso não pode ser um fator e o que eu aprendi com é que tenho muita sorte, você sabe, chegar aos 31 anos e ter trabalhado com pessoas que são muito mais estabelecidas, como Kenneth Branagh e Anthony Hopkins e Judi Dench e Rachel Weisz , e o que os distingue de mim é que eles simplesmente não escutam nada disso. É como se fosse um ruído mínimo. Se você é quente, se você não é, se as pessoas te amam ou se te odeiam. Eles ainda abordam o trabalho com tanta integridade e paixão no projeto específico que tem em mente. Mas, por um segundo, foi um pouco estranho. Estou acostumado a ser completamente invisível em Londres, como qualquer outro londrino. E de repente, por quase três semanas seguidas, eu não era mais.

Thor ganhou uma capa azul e vários personagens mudaram seus trajes ao longo do tempo. Mas você sempre permaneceu consistente com isso. Vamos ver Loki em um traje diferente ou uma luz diferente?

Sim, sim. Absolutamente ... Há um momento em que eu estou definitivamente em um traje diferente.

E o cabelo?

Sim. É... Bem... Você sabe, ele está certamente mais longo. Algum tempo se passou e  eu não acho que ele teve tempo para visitar os melhores barbeiros em Asgard.

[Risos]

Sim, há um pouco de diferença. É interessante quando você chegar a ponto de querer evoluir, mas você também não quer ir muito longe porque, então, é quase como se você estivesse inventando outro personagem.

O traje meio que te ajuda a desvendar certos aspectos e...

Absolutamente, porque o estranho era que quando começamos a filmar fazia exatamente um ano desde que eu tinha estado dentro da mente do Loki, e, naturalmente, quando você terminar algo é como se  colocasse aquilo de lado. E se você faz isso, é porque provavelmente não terá que voltar. Então, eu vivi  um ciclo de 12 meses de vida. Eu fiz um monte de outras coisas. E eu sou um ser humano diferente, e quando tive de voltar a usar o mesmo traje, o mesmo cabelo e a mesma aparência, eu disse: "Aha. Eu reconheço esse cara."... É como reencontrar com um velho amigo e continuar de onde ambos pararam.