Depois de estrelar como o vilão de "Thor" e "Os Vingadores", Tom Hiddleston optou por interpretar um vampiro roqueiro sexy ao lado de Tilda Swinton na história de amor de vampiros de Jim Jarmusch, "Only Lovers Left Alive". Ele sentou-se com o repórter Marlow Stern, durante o Festival Internacional de Cinema de Toronto para discutir o filme, mandar um conselho para os novo vilão de "Os Vingadores", James Spader, e comentar sobre caminho para o estrelato.
Tom Hiddleston nada mais é do que versátil. Ele atuou em peças de Shakespeare, aparecendo como Cassio em uma versão aclamada de "Othello", ao lado de Chiwetel Ejiofor; interpretou o escritor F. Scott Fitzgerald em "Meia-Noite em Paris", de Woody Allen; assumiu o papel de um soldado da cavalaria em "Cavalo de Guerra", de Steven Spielberg, e, por último mas não menos importante, deu vida ao vilão Loki, em "Thor" e em sua sequência, "Thor: The Dark World", bem como em "Os Vingadores", vencendo a categoria Melhor Vilão no MTV Movie Awards de 2013.
O último papel do britânico de 32 anos o fez mudar sua natureza mais uma vez, retratando um atormentado e frequentemente sem camisa vampiro roqueiro em "Only Lovers Left Alive", do diretor Jim Jarmusch. Adam (Hiddleston) é um vampiro suicida que vive em Detroit, que agora é uma terra desolada, onde ele produz música para seu próprio consumo. Sua centenária amante, Eva (Tilda Swinton), vive em Tânger, e tem uma visão mais positiva sobre a vida dos mortos-vivos. Quando Eva visita Adam, sua melancolia se dissipa.
Hiddleston, um sujeito genial, parece muito elegante em um terno de três peças ajustado no corpo. Ele sentou-se conosco, do The Daily Beast, durante o TIFF para discutir seus inumeráveis projetos.
The Daily Beast: Você pensou algo do tipo: OK, eu vou interpretar um roqueiro/vampiro. Você não precisa nem mesmo me mostrar o roteiro. Estou dentro.
Tom Hiddleston: [Risos] Honestamente, eu pensei em tudo. Conheci Jim Jarmusch em novembro de 2011 e eu tinha acabado de filmar "Os Vingadores". Eu estava fazendo a divulgação de "Cavalo de Guerra", e estava prestes a começar "The Hollow Crown" para a BBC e PBS. Neste turbilhão de super-heróis e soldados e Shakespeare, e ele é uma das grandes figuras indie norte-americanas, e nós nos sentamos, e ele me explicou tudo. Ele disse: "Esta é uma história de amor entre duas almas velhas, que são refinadas, sofisticadas, delicadas, e estão em perigo. Eles são muito poéticos, e você e Tilda Swinton irão interpreta-las. Você é um músico e ela é um boêmia... E por falar nisso, vocês são vampiros. Foi o 'sim' mais fácil do mundo. Eu sempre quis fazer uma história de amor, pois nunca tinha feito um filme como este, que é basicamente uma canção de amor.
The Daily Beast: Grande parte do filme se passa em Detroit, que é retratada como este deserto, e isso é interessante porque Detroit não foi à falência ainda, não enquanto estavam filmando. Muito presciente.
Tom Hiddleston: É engraçado quando eu menciono isso nos Estados Unidos, porque as pessoas dizem: "Oh, você estava em Detroit ...", como se fosse alguma coisa difícil, mas eu adorei aquilo, provavelmente porque era exótico para mim. Como uma cidade nos Estados Unidos, é o mais próximo que você pode chegar ao antigo, de uma forma estranha. É como um daqueles vídeos de uma flor que cresce de uma semente, floresce, em seguida, desaparece e morre. Isso é o que aconteceu com Detroit. Mas ela ainda tem essa incrível conexão com a música, com a Motown, com Jack White e Marshall Mathers. Jim tem um carinho muito grande por Detroit e ele passou isso para mim também.
The Daily Beast: Você já havia pensado em ser uma estrela do rock?
Tom Hiddleston: [Risos] Eu não sou um bom músico, honestamente. Quando eu era adolescente, eu tocava violão e piano, praticava esportes, e atuava. E atuação era o que eu queria continuar fazendo. Mas eu sempre amei música. E Jim e eu, por meses a fio, falamos sobre música, sobre seus amigos Tom Waits e Iggy Pop, sobre Mick Jagger em seus primeiros dias, sobre o filme "Performance" de Nick Roeg...
The Daily Beast: ... Oh, "Performance" é um filme fantástico. É comentário social muito interessante, contrastando o Jagger hippie e o gangster.
Tom Hiddleston: Isso foi um ponto de referência importante para nós, uma velha casa em ruínas, como seria viver nela e ser boêmio.
The Daily Beast: Voltando para os seus tempos de criança, por que você escolheu ao invés dos esportes e da música?
Tom Hiddleston: Eu acho que me foi oferecida a experiência mais completa para ser criativo e, provavelmente, a mais adequada aos meus talentos, de certa forma. Atuar, para mim, significa muitas coisas. Eu amo entreter, mas há uma curiosidade intelectual que começa a ser saciada, e há um grande elemento de pesquisa onde você está aprendendo o tempo todo com pessoas, experiências, literatura e arte, bem como conhecer novas pessoas. Atuar é uma forma de arte total, pois não exige apenas que você traga o seu cérebro para pensar sobre o material, ela exige que você traga o seu corpo e seu coração, e muitas vezes o seu cérebro pode ficar no caminho. Eu me lembro de um tempo específico, na minha adolescência, em que eu acreditava que ser um ator era uma coisa muito nobre. Os atores e diretores que eu estava assistindo me mostravam coisas diferentes sobre o mundo, sobre a vida. Spielberg, Gilliam, Tarantino, Nanni Moretti. Quando eu era adolescente, essas eram as pessoas que faziam o trabalho emocionante. Eu só queria ser uma parte desta incrível comunidade de pessoas.
The Daily Beast: É intimidador trabalhar com uma Tilda Swinton vampira?
Tom Hiddleston: Não. Ela é uma das pessoas com o espírito mais livre que eu já trabalhei. Há uma rebeldia muito contagiosa no espírito dela. Ela não é uma atriz convencional, e nunca foi, e eu não acho que ela desejou ser. Ela sente tudo como uma extensão de si mesma, da sua curiosidade, de certa forma. Ela vinha trabalhando isso com Jim por oito anos antes de eu me juntar a eles.
The Daily Beast: Mas deve ter sido um pouco intimidante filmar a cena em que vocês dois estão deitados nus na cama, olhando um para o outro. Isso me lembrou da recente demonstração no MoMA que ela fez, onde ela repousava em uma caixa transparente.
Tom Hiddleston: Nem um pouco! Eu me lembro que no momento, ela disse: "Isso é o que somos ... todos nascemos desse jeito." Não havia nenhuma auto-consciência ou a vaidade ali.
The Daily Beast: Adam e Eve são opostos, mas muito apaixonados. Adam é uma alma torturada que se sente amaldiçoado por sua "aflição", enquanto Eve vê o lado bom de cada situação.
Tom Hiddleston: Grande parte da nossa definição de amor, como uma raça humana, é baseada na idéia da mortalidade, na idéia de que nós sabemos que vamos morrer. Então, você quer encontrar alguém para compartilhar sua vida com você porque sabe que é um tempo curto. Mas e se sua vida não fosse curto? E se fosse eterna? Como isso mudaria a maneira que você ama, e da maneira que você vê e aceita o seu amante?
The Daily Beast: Adam também olha parra os seres humanos, ou "zumbis", como ele os chama, e o estado da humanidade o torna triste. Como você se sente sobre o estado do mundo? Isso faz você triste?
Tom Hiddleston: É um mundo estranho, com certeza. Nós vivemos em uma idade avançada, de verdade. Apenas a facilidade com que viajamos e nos conectamos - muitos de nós pelo menos - e nós temos um alto padrão de vida. Eu amo essa sketch do Louis CK, onde alguém está reclamando sobre o WiFi não funcionar em um avião e ele diz: Você está sentado em uma cadeira, no céu! Você está experimentando o milagre do vôo humano! ... Então, de certa forma, o mundo é um milagre de invenção e imaginação. De outra forma, seria bom se pudéssemos parar de lutar entre nós mesmos.
The Daily Beast: Você já viu os filmes de Crepúsculo?
Tom Hiddleston: Eu vi o primeiro, e gostei. Eu acho que era uma visão muito interessante sobre a adolescência, e do ensino médio, e a posição eterna de um sentimento adolescente à margem da vida.
The Daily Beast: Ao contrário dos atores de Crepúsculo, você não foi um jovem ator que foi jogado em um grande sucesso e tornou-se uma estrela instantânea. Você realmente trabalhou duro e construiu o seu caminho até o topo. O que você considera a sua grande chance?
Tom Hiddleston: Eu trabalhei duro, sim. Houve uma produção de Othello em Londres, com Chiwetel Ejiofor, que é um dos maiores atores com quem eu já compartilhei o palco, e aquela produção além de ser um dos melhores momentos da minha carreira, trouxe muita gente para assistir a peça e realmente ditou o decorrer dos quatro anos seguintes da minha vida. Kenneth Branagh e Joss Whedon vieram ver Othello, e eles são muito responsáveis por tudo o que me aconteceu. Passei um ano com Branagh em Ivanov e Wallander e Thor, e, em seguida, Joss me escreveu um papel fantástico em Os Vingadores. E, a partir do meu trabalho com Ken, eu fiz "Meia Noite em Paris" e "Cavalo de Guerra".
The Daily Beast: Nem todo ator pode assumir uma ampla variedade de papéis, passando por Shakespeare e vencer um MTV Movie Awards como um supervilão, até um vampiro roqueiro.
Tom Hiddleston: A questão é que eu amo tipos diferentes de filmes. Honestamente, há quatro anos, numa sexta à noite, eu fui ver "A Proposta", uma comédia romântica com Ryan Reynolds e Sandra Bullock, que eu amava, e na noite seguinte, fui com um amigo diferente para "Anticristo". Eu não poderia dizer, na manhã de domingo, de qual dos dois eu havia gostado mais. Eu realmente gostei del ambos, por aquilo que eles eram. Eu acho que ter um paladar variado é bom. Mantém você afiado.
The Daily Beast: E "Thor: The Dark World" deve sair em breve.
Tom Hiddleston: O que é interessante é que é uma nova dinâmica. Em "Thor", eu era o anti-herói que se transformou em um vilão. Em "Os Vingadores", eu sou o cara mau, e em "Thor: The Dark World", Malekith, esse papel é interpretado por Christopher Eccleston, que é o vilão, então eu ocupo uma posição única, porque sou uma espécie de aliado.
The Daily Beast: Será que vamos vê-lo em "Os Vingadores 2"?
Tom Hiddleston: Acho que não. Eu acho que o James Spader é quem vai dar as caras agora.
The Daily Beast: Spader conversou com você, expressou qualquer dúvida sobre "Os Vingadores 2"?
Tom Hiddleston: Não, James Spader não precisa do meu conselho! Ele é um grande ator e ele vai fazer um trabalho maravilhoso.
The Daily Beast: Você poderia simplesmente perguntar a ele sobre cenas de ação, ou algo assim.
Tom Hiddleston: [Risos] Sim, eu vou dizer: Não bata no Hulk!
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