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Equipe THBR

domingo, janeiro 27, 2013


Diário do Tom: Uma viagem a Guiné - Dia 1

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Bom dia, galera! Começamos o domingo em grande estilo aqui no THBR! Nós traduzimos com muito custo o primeiro dia do Diário do Tom: Uma viagem a Guiné e aqui está o relato inicial das aventuras do moço Hiddles pela África, todo em português! Aproveitem! EHEHEHE


Ele te acerta como uma onda. Te envolve como uma névoa. Te inunda como a maré. O calor. O calor da Africa Ocidental. Guiné. É quente.

Eu vim da neve. De um mundo de aeroportos fechados e vôos cancelados, de calçadas escorregadias, gorros e golas levantadas contra o frio.

Mas quando eu desembarquei apenas horas atrás em Conacri, Guiné, depois de passar pela alfândega, eu saí para o ar da noite. O calor. O odor inconfundível da Africa sub-saariana. Barulho, cheiros, trânsito. Não o trânsito metropolitano do ocidente, organizado dentro de vias de portais de música e luxo com ar-condicionado, mas da energia tangível, palpável do trânsito no mundo em desenvolvimento: humano, animal, mecânico – tudo surgindo numa maré corrente, numa ordem invisível para os olho ocidentais, simplesmente porque isso parece, inicialmente, um caos.

Eu não dormi. Eu não conseguia. Eu estava muito animado. Eu fiquei acordado na noite anterior esvaziando a caixa de entrada do meu email e limpando a casa. 04:30 da manhã. Um carro chegou para me levar à Heathrow. Me encontrei com o time: Louise O’Shea e Pauline Llorca da UNICEF UK; Harry Borden, nosso fotógrafo; e meu amigo Luke Windsor, que me apresentou a Pauline há um ano. A primeira parte foi rápida: Londres a Paris, onde encontramos Julien Harneis, o representante da UNICEF em Guiné nos últimos três anos. De Paris no Charles de Gaulle, nosso jato da Air France partiu para Conacri.


Então eu dormi. Quando acordei, estávamos pousando em Nuaquechote, na Mauritânia. Estávamos lá devido ao desembarque de alguns passageiros. Fora da janela da minha cabine: deserto. Milhas e milhas de deserto. Enorme e antigo.

Quando chegamos em Conacri o sol já tinha se posto e estava escuro. Entramos numa 4×4, mas só ficamos lá por cerca de meio minuto quando Julien pediu que o motorista parasse. No meio do caminho do terminal de chegada tinha um estacionamento cheio de crianças. Muitas delas. Não brincando juntas. Elas estavam sentadas no chão: solitárias e paradas. Elas estavam lendo. Porque, como Julien explicou, aquele era o único local seguro para elas aprenderem. Aqui, há luz elétrica na rua para elas lerem, e a noite elas não tem de realizar tarefas ou trabalhar. Algumas crianças caminham por uma hora só para se sentarem no chão de um estacionamento para ler.

Um país assim imediatamente derruba as paredes da sua imaginação e as empurra de volta para incalculáveis distâncias em direções opostas. É alucinante. Eu senti isso em ocasiões anteriores, depois de ir pra Índia. Fervilha vida em cada canto, em cada quarteirão. Eu sinto como se a caixa de papelão da minha própria realidade tivesse sido achatada e aberta. Agora eu posso ver o limite do mundo.

Jantamos com Julien e mais dois membros do time, Felix e Pierre. Fomos acompanhados por gatos selvagens e morcegos. Além de cuzcuz e quiche, Julien me deu um pouco da história do país. O que eu achei imediatamente desconcertante, é que na Africa Ocidental, aqui em Guiné e em Serra Leoa, ninguém ensina história pré-colonial. Aqui, “história” começa com a chegada do colonialismo francês no final do século dezenove. Isso significa que na consciência coletiva, não há conhecimento histórico ou detalhe narrativo que pré-date a chegada e a integração estrutural das práticas coloniais francesas. Guiné declarou independência da França em outubro de 1958. De todos seus estados vizinhos, Guiné foi a voz mais alta da dissidência. Eles não queriam o estilo de vida francês; eles não queriam a estrutura francesa; a ordem sócio-política francesa; ou a cultura francesa. Eles sabiam o que não queriam, mas eles não sabiam – não tinham visão para isso – do país que queriam construir em seu lugar.


Não saber o que se quer é um problema de estado, mas é também um problema em nível de desenvolvimento. A UNICEF está aqui para dar suporte à visão do país em sua própria visão, mas se falta uma visão em termos de saúde e educação, se falta uma visão da sociedade que querem criar, é muito difícil ajudar, ou saber como ajudar.

No jantar, Julien me disse algo instigante. Na Europa Ocidental, a realidade é fixada relativamente. Em Guiné, a realidade está aberta a interpretação. No ocidente, processamos e organizamos informação tão rapidamente e com tal imediatismo (talvez impreciso), que respondemos a eventos como indivíduos e coletivamente como uma sociedade, com rapidez e determinação. A BBC, o The Guardian ou a CNN consolidam ou enquadram nossa interação com um evento: seja esta uma declaração de guerra, a criação de uma nova lei, um casamento real ou uma medalha de ouro olímpica.

Em Guiné, não há notícias; só há rumores. Havia um barulho na vila. Alguns dizem que é uma bomba, outros dizem que foi um tiro, outros dizem que foi um edifício caindo, outros ainda, que é uma guerra. Talvez essa área seja muito grande, seus diferentes elementos muito fragmentados, a continuidade da narrativa muito fluida para ser compreendida como um todo. Guiné tem sido abençoada com mais paz do que seus vizinhos em tempos recentes, e parece ter evitado ser arrastada para um conflito militar. Mas o mesmo princípio se aplica: uma nação pobre, com um sentido muito confuso a seu respeito, não pode esperar construir uma estrutura que nutre a sociedade sem literalmente alimentar seus habitantes.


Se tornou imediatamente claro que os problemas de um país em desenvolvimento como Guiné são enormes, mas eles podem ser simplesmente definidos como água, nutrição, saneamento, vacinação e educação.

Acima disso tudo, as crianças, que vão herdar o futuro, e moldar o futuro do país – precisam de água limpa, ferro, minerais, vitaminas, inoculação contra doenças e educação.

12 comentários:

Juliana Puccia disse...

Lindo!!!!

Anônimo disse...

incrivel !!! alem de lindo o tom é super engajado com essas coisas e preocupado com tudo , estou ansiosa para mais !!1

Midori disse...

Parabens pelo ótimo trabalho que fizeram com a tradução!Obrigada!

Anônimo disse...

Adorei muito o texto. Simplesmente fantástico a forma que o Tom consegue representar tão bem - por palavras - a sua visão se amplificando durante o inicio da sua viajem.

Anônimo disse...

Nossa,isso é bem sério,lá a realidade é bem outra do que ele e talvez todos nós estamos acostumados.

Unknown disse...

Esperando pelo Dia 2 \o

fabi twh disse...

Acho muito linda essa atitude do Tom.
Ele está abordando algo muito sério mesmo, ah crianças em situação de risco ali.
Acho que as nações mais ricas devem deixar de lado seus egoísmos e cuidar mais desses assuntos que são muito mais importantes!
Gostei quando ele fala do que o país mais precisa para ser um país com um futuro estável, precisam de água limpa, ferro, minerais, vitaminas, inoculação contra doenças e educação. Isso é fundamental para qualquer país em desenvolvimento!
Parabéns pela tradução, ficou ótima, espero ansiosamente pelo dia 2!!! EHEHHEHE

Os. Tom como sempre, lindo <<<<*-*>>>>

E ele experimentou o bom e velho cuscuz...

Anônimo disse...

Esse homem e toda a equipe merecem nosso respeito.

ingrid disse...

Acho importante como ele enfatiza a parte da educação! Aqui no Brasil não somos os melhores mas ao ler esse texto pude ver que temos muito que aprender! Apesar do nosso país não ser de primeiro mundo mas temos ótimas escolas, acesso tecnológico, bibliotecas, livrarias e somos bem informados principalmente através dos telejornais! As escolas públicas precisam melhorar e muito! Por enquanto prefiro as particulares que por OBRIGAÇÃO tem uma base de ensino melhor e incomparável com o ensino público! Dá pra melhorar! E tom é um cara inteligente e nos fez um tremendo favor de mostrar isso!

Anônimo disse...

Muito obrigada por traduzir! Sem vcs eu teria ficado uma hora tentando entende o texto rm ingles ou ter q usar o google tradutor! muiittooo obrigada mesmo vcs sao demais! E o tom é um exemplo tenho orgulho de ser fan dele : )

Elo disse...

Estou feliz pelo Tom! concordo com o Tom quando diz que em um País sem visão é difícil ajudar, ou saber como ajudar e acrescento, por conta da corrupção e desperdício! interessante para conhecer a realidade de lá! Obrigado pela tradução!

Gabi Doimo disse...

O Tom escreve bem né, fiquei admirada com os textos dele. Mas o que me deixou mais impressionada nesse primeiro dia foi o fato das crianças irem no estacionamento para poderem ler... Eu achei isso tão incrível, pq mesmo essas crianças não terem energia em casa elas se encaminham a té um estacionamento por ser iluminado e poderem ler enquanto muita gente por aí tem preguiça de ler nas suas próprias casas, lugar onde tem tudo o que precisam.

Tô aprendendo muito com essas informações, imagina o Tom que está presenciando tudo isso! Ele é um orgulho pra mim. :D

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