"Você sabe como os jogadores de tênis melhoram o jogo um do outro jogo, como Nadal joga seu melhor tênis quando joga contra Federer? Bem, atuar com Robert Downey Jr é como jogar contra Agassi. Você nunca sabe o que ele vai fazer a seguir. A menos, é claro, que você esteja jogando-o através de uma janela e ele está gritando, "Jogue-me com mais força, meu bem. Vamos torná-la real."
Tom Hiddleston mexe a cabeça e ri. Foi um longo caminho da escuridão de um cinema em Malmo, na Suécia, onde há quatro anos, durante uma pausa das filmagens da primeira temporada de Wallander, ele passou uma noite assistindo Downey Jr sinalizar seu retorno espetacular à forma na primeira parte do “Homem de Ferro”.
Agora, em “Os Vingadores”, o filme de super-heróis definitivo, este encantador graduado de Eton e Cambridge reprisa seu papel como Loki, o vilão de Thor, e luta com uma seleção dos personagens mais icônicos da Marvel: Homem de Ferro (Downey Jr), o Hulk (Mark Ruffalo), Capitão América (Chris Evans) e Viúva Negra (Scarlett Johansson).
Mas, primeiro, de volta para aquela noite em 2008. Hiddleston estava na Suécia depois de ter conseguido um pequeno papel como o parceiro do personagem abatido de Kenneth Branagh. Até aquele ponto, ele tinha feito algumas aparições do tipo “pisque-e-você-o-perde”em alguns seriados de TV, atuado em um filme britânico de baixo orçamento e ganhado elogios por seu trabalho de palco, ganhando um prêmio Olivier com isso.
"Eu estava atuando há cerca de quatro anos e eu já tinha visto alguns de meus contemporâneos atingindo níveis imediatos e extraordinários de sucesso", diz ele, enquanto nos sentamos no sol de primavera ao lado de um canal no leste de Londres.
"Gemma Arterton, que era dois anos novata de mim na Rada (Royal Academy of Dramatic Arts), virou de repente a grande esperança da atuação Britânica enquanto eu ainda estava apanhando no teatro. Eddie Redmayne, com quem eu frequentei a escola, estava fazendo filmes com Angelina Jolie e Matt Damon. Achei que, se isso não havia ainda acontecido para mim, talvez nunca fosse acontecer.”
"Todos nós colocamos um teto de vidro sobre as nossas expectativas. Eu sou um eterno realista e a taxa de sucesso para um ator é muito baixa. Meu pai e eu costumávamos discutir sobre o fato de eu me tornar um ator. Ele vem de uma forte classe trabalhadora Presbiteriana escocesa e ele costumava sentar comigo e dizer: “Você sabe, 99 por cento dos atores estão sem trabalho. Você tem uma boa formação, então por que você quer passar a vida fingindo ser outra pessoa quando você poderia ser o dono do seu próprio nariz?"
Felizmente, Hiddleston manteve suas convicções, pois os últimos dois anos trouxeram uma mudança extraordinária em sua sorte.
Primeiro, foi Branagh, que se tornou uma espécie de mentor, o convidou para um teste para o papel principal em Thor, o blockbuster de £95m que ele tinha sido contratado para dirigir.
Então, em uma semana, ele recebeu uma carta pessoal de Woody Allen pedindo-lhe para participar no que acabou por ser o seu melhor filme em anos, “Meia noite em Paris”, e um telefonema de Steven Spielberg, seu herói de infância, solicitando uma reunião sobre “Cavalo de Guerra”, o épico da Primeira Guerra Mundial que foi indicado a seis Oscars.
De um período sem nada acontecendo, Hiddleston de repente apareceu como o ator jovem mais quente da Grã-Bretanha ou como Spielberg o descreveu "o novo Errol Flynn".
Ele diz que até hoje se belisca por não acreditar.
"Você nunca se acostuma", diz ele. "Tem sido realmente sensacional e só recentemente eu fui capaz de ter um pouco de tempo para cair na real e processar tudo isso. Tem sido muito mais do que eu jamais pude imaginar. "
Um de três filhos, Hiddleston passou os primeiros anos de sua vida no sudoeste de Londres antes de a família se mudar para Oxford, quando foi oferecido a seu pai um emprego para gerenciar Isis, uma empresa que ajudava pesquisadores universitários a comercializar sua propriedade intelectual.
Sua mãe, que trabalha como administradora de artes, o levou para a RSC em Stratford para ver filmes artísticos no cinema local.
Aos 13 anos, Hiddleston começou a estudar no internato em Eton. Seus pais estavam se separando na época.
"Acho que comecei a atuar por eu estar longe na escola, enquanto os meus pais estavam se divorciando, era realmente angustiante", diz o ator de 31 anos.
"É só agora que eu consigo ver o todo sobre isso. Quando você é um adolescente, de repente, você começa a abrigar segredos de uma maneira diferente.
"Se você está em uma escola só de rapazes, especialmente, há um nível de bravata que você tem que manter caso contrário vão invocar com você."
"Eu estava realmente muito chateado e, provavelmente, muito triste e vulnerável e com raiva. Atuar apresentou uma maneira de expulsar esses sentimentos em um lugar seguro. "
Hiddleston lidera uma geração de ouro de ex-alunos de Eton, como Eddie Redmayne (Minha Semana com Marilyn, Birdsong), Harry Lloyd (A Game of Thrones, A Dama de Ferro) e Harry Hadden-Paton (que recentemente estrelou em She Stoops to Conquer no Teatro Nacional).
"Mas eu estou desconfiado de rótulos", diz ele. "Como ator, os rótulos que são tão facilmente associados a mim - como Old Etonian ou graduado de Cambridge ou ex-aluno Rada - são, de certa forma, o menos interessantes sobre mim. Eu tive que trabalhar duro para acabar com esses rótulos. A última coisa que eu quero é ser categorizado."
"Eu estava encontrando vários diretores de elenco e você sentia a mudança de clima na sala quando eu dizia qual escola eu frequentei. É uma verdade com todos neste país, somos muito mais do que nos permitem ser por causa dessa predisposição de manter as pessoas na sua faixa de origem."
Hiddleston é relutante em comentar sobre a moda atual de atores formados em escolas públicas chiques, e diz que há equívocos generalizados sobre Eton.
"As pessoas pensam que é um lugar cheio de almofadinhas, que são arrogantes e machistas, insensíveis e ambiciosos, que são destinados a governar o país e roubar todo o nosso dinheiro. Não é verdade. Há algumas pessoas assim, mas é uma ou duas em uma escola de 1.200. É realmente um dos lugares mais mente aberta que eu já estive.
A razão de ser uma escola tão boa é que ela incentiva as pessoas a encontrar aquilo que elas amam e ir atrás disso. Eles defendem o talento do indivíduo e isso é o que há de especial nisso. "
Príncipe William foi um dos seus contemporâneos, e Hiddleston diz que o fato dele ter sido tratado como qualquer outro garoto diz muita coisa.
"Houve um princípio geral e discreto de que não haveria tratamento especial nem favores especiais quando ele chegasse.Teria sido um inferno para todos se eles tivessem que tratá-lo com uma pessoa especial. Acho que foi muito saudável para ele ser apenas um como os outros garotos."
Foi durante o seu período em Eton que Hiddleston percebeu que atuar era o caminho que queria seguir.
"Eu fiz uma produção de “Journey’s End”, uma peça de RC Sherriff sobre a I Guerra Mundial, no Festival de Edimburgo. Eu tinha 18 anos e foi a primeira vez que pessoas que eu conhecia e amava e respeitava vieram até mim depois do show e disseram: "Sabe, você poderia realmente fazer isso, se você quisesse."
"Atuar necessita de um certo nível de auto-confiança e como um adolescente, eu não tinha muito auto-estima. O quê um adolescente faz? Foi quando eles começaram a dizer que eu poderia fazer isso que eu realmente comprometi isso como uma possibilidade. "
Ele prosseguiu e ganhou um lugar na Universidade de Cambridge, onde estudou no Pembroke College Classics e rapidamente se estabeleceu como o aluno mais propenso a ter sucesso, mesmo entre seus contemporâneos, que incluía a filha de Sir Peter Hall, Rebecca e seu antigo colega de escola, Redmayne.
Ele assinou com um agente em seu primeiro ano e conseguiu combinar trabalho de atuação com seus estudos ao ponto de ter se graduado com um duplo primeiro lugar.
Além de ser bem apessoado, Hiddleston é extremamente brilhante e fala em parágrafos gramaticalmente perfeitos.
No entanto, ele nega que sua educação o armou com uma camada extra de confiança.
"Eu estou sempre desconfiado de confiança e estima herdados”, diz ele.
"Eu nunca quis ter que transferir o crédito por minhas ações a outra pessoa - os meus pais, minha escola, minha universidade. Eu sempre entendi que uma confiança herdada é falsa."
Mais tarde, durante a conversa, ele fala sobre a neurose de classes da Grã-Bretanha e cita a sua recente indicação para o Bafta Rising Star, para o qual ele perdeu para o nascido em Hackney, Adam Deacon.
"Foi propagandeado como Eton versus Hackney, e Hackney ganhou. Mas por que não pode ser apenas Adam o ator mais popular?"
"A única coisa que eu desprezo é a forma como tudo que é artístico, político ou intelectual tem de ser refratado por este prisma da consciência de classe. Provavelmente é mais sensível para mim, mas tudo se torna muito mente-fechada, pedante e preconceituoso."
A grande mudança na vida de Hiddleston ocorreu durante um almoço com Branagh em Los Angeles em 2009. Além de Wallander, eles apareceram juntos no palco em uma produção do West End de Ivanov, ‘Checkov’.
"Nós realmente nos conectamos. Os dois personagens que interpretamos estavam presos em batalha ideológica de inteligência. Era uma luta do velho touro, touro jovem, e fizemos isso todas as noites por 95 apresentações."
Branagh foi trabalhar em Thor e surpreendeu Hiddleston, pedindo-lhe que fizesse um teste para o papel-título.
"Os executivos dos estúdios ficam nervosos em escalar pessoas novas, porque os orçamentos são tão grandes", diz Hiddleston.
"Nenhum milagre que você faça irá convencê-los. Você precisa de defensores."
Hiddleston perdeu o papel de Thor para o australiano Chris Hemsworth, mas o consolo veio em ser escalado como Loki, o irmão conspirador. Ele não tem dúvidas sobre quem ele tem que agradecer.
'Ken causou um efeito de mudança de vida. Ele foi capaz de dizer aos executivos, "Confie em mim, você pode escalar o Tom e ele te dará o que precisar." Foi muito importante e mudou completamente o curso das coisas disponíveis para mim. Ken me deu a minha virada. "
O filme iria arrecadar mais de £ 280 milhões, mas antes que a produção tivesse terminado, Hiddleston encontrou-se no caminho para outra reunião que iria mudar tudo, com Steven Spielberg, para seu próximo filme, “Cavalo de Guerra’.
"Eu estava dizendo a mim mesmo," Você está prestes a conhecer um dos seus heróis de todos os tempos. Seus filmes são a razão pela qual você é um ator - ET, Tubarão, Indiana Jones, A Lista de Schindler, O Resgate do Soldado Ryan ... Seria fatal se eu fingisse ser outra pessoa. Para teu próprio ser, seja verdadeiro. Se for para funcionar, funcionará e se não, pelo menos você saberá que foi você mesmo. "
A conversa funcionou e foi oferecido a Hiddleston o papel do capitão Nicholls, que monta o cavalo Joey em uma corrida de cavalaria no início do conflito.
“Foi um momento enorme de ‘me beliscar’, diz ele sobre seu primeiro dia de filmagem, na qual ele liderou 120 cavalos a galope através de uma terra de ninguém”.
"Quando criança, eu costumava assistir Indiana Jones em loop. Para mim era tudo sobre Spielberg e Harrison Ford. Então, de repente, eu estou em um cavalo que aprendi a cavalgar por Vic Armstrong, que foi o dublê de Ford e Spielberg gritando "Ação!"
"Foi uma das coisas mais emocionantes que eu já fiz, não apenas no filme, mas na minha vida. Não foi necessário atuar. Se qualquer um de nós caísse naquela corrida, teria sido pisoteado. É algo difícil de superar como experiência única e tivemos que fazer dez ou onze vezes ".
Tendo recentemente colocado os retoques finais nas adaptações de Henry IV, Partes 1 e 2, e Henry V, que serão exibidas como parte da Olimpíada Cultural, Hiddleston está atualmente aproveitando um raro período de inatividade antes de ir ao redor do mundo para promover “Os Vingadores”.
“Foi uma daquelas coisas malucas onde eu disse que eu estaria lá - mesmo que Spielberg me chamasse. E Spielberg realmente me chamou e eu não pude estar lá. O clima ficou muito ruim. Está tudo OK agora”.
"Atuar exige tudo e se você não der tudo, haverá alguém atrás de você que o fará"
E as chances são de que esse alguém será um produto do departamento de drama de Eton.
Fonte
3 comentários:
Simplesmente adorei. Ele é tão modesto e determinado que acaba sendo uma inspiração. Fiquei com dó no começo quando ele disse que muitos da turma dele estavam conseguindo papéis de sucesso e ele não, sei o quanto isso é difícil =/ Nós, fãs, seremos eternamente gratas as pessoas que o ajudaram.
Fico muito feliz quando pessoas igual a ele ganham status, não aqueles bonitinhos que depois que ganham fama ficam arrogantes. E Hiddleston, pare de se beliscar e ir se acostumando a acreditar, voce tem fama e fãs e provavelmente jamais iremos sair do seu pé kkk
Estou confiante de que depois de Os Vingadores virá muuuuitos outros filmes de sucesso com ele, e ainda torço para o Tom, um dia, arrastar um Oscar ou pelo menos um Globo de Ouro *-*
E a propósito: Adoreeeei a foto.
Parabéns por esta matéria, meninas.
GO, TOM!
By: Carola Laufeyson.
Obrigada Carola! Essas entrevistas enormes dele sempre dão um trabalhinho, mas ficamos felizes em saber que vocês estão gostando do nosso trabalho!
Eu não canso de repetir que ele é incrível, talentoso e adorável.
Por esses atributos gosto cada dia mais e mais do Tom :)
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