Entrevista Escotland on Sunday

Original publicado em: 22 de novembro de 2011 

Ele é o mais poderoso super herói lutando em Hollywood, mas a maior sorte de Tom Hiddleston é ter conquistado os seus ídolos por trás das câmeras, ele diz a Siobhan Synnot. 

De vilão de quadrinhos da Marvel a comandante de cavalaria para Steven Spielberg, Tom Hiddleston teve um ano excitante – mesmo que tenha um inferno de cabelo. “No início do ano tingi de preto azulado para Thor”, ele sorri, “Então quando eu estava com F. Scott Fitzgeral filmando Meia Noite em Paris, eu estava loiro com um toque avermelhado. Cavalo de Guerra era loiro de verdade, e depois tingi novamente para Deep Blue Sea, porque o outro cara também tem o cabelo bastante claro” 

Tendo acabado o sucesso Os Vingadores, ele é agora da cor de chocolate muito amargo, e nas sombras de uma tarde de inverno, emoldurado por seu mobiliário em mogno do hotel de Londres, se assemelha a uma pintura de Vermeer. “Eu pareço sério” ele diz. Não por muito tempo, entretanto pois ele não pode deixar de ser uma companhia de entretenimento imitando todos, de Kenneth Branagh a Owen Wilson, e contando histórias engraçadas com ironia a sua própria custa. 

Em Deep Blue Sea, por exemplo, um homem de 30 anos é docemente sério sobre o olhar do diretor Terence Davies (“Uma alma muito sensível”) e sua co-estrela Rachel Weisz (“Destemida”), mas admite que em um ano de novas experiências ele estava com medo de sua primeira cena de amor. “Eles guardaram-na para o final, então Rachel e eu conheciamos um ao outro muito bem. De uma certa forma, tinha sido uma cena de nudez em que estavamos chorando, gritando e beijando-se por semanas, mas finalmente fizemos isso na véspera de Natal, e deixe-me colocar desta forma: eu não como nenhum Mince Pies (espécie de torta) até o dia de Natal”. Ele ri timidamente, “Terrível não é? Porque você não deve deixar a vaidade atrapalhar, mas eu achava que seria realmente ótimo parecer grande” 

Na verdade, tudo na adaptação emocionalmente rica de Davies terence Rattigean, o amor parece lindo, mesmo nas entranhas da estação de metro de Londres, porque reflete a intensidade do casamento de Hester (Weisz) e sua obsessão com o arrojado, mas superficial ex-piloto Freddie (Hiddleston). “Se é 1952 ou 2011, as emoções da peça de Rattigan não tem época”, diz Hiddleston. “E depois de trabalhar em enormes peças de vários personagens como Ken Branagh, Woody Allen e Spielberg, esta parecia uma peça perfeita sobre a complexidade do amor”. 

“A solidão de Hester e Freddie certamente atingiu um acorde comigo. Eu fui o único independente em um relacionamento, mas eu também fui o único que queria apenas um círculo de dois.” Atualmente, ele esta feliz junto com a atriz britânica Susannah Fielding, que tem atualmente uma espécie de annus mirabilis depois de marcar Ravescomo Portia na produção recente do RSC em O Mercador de Veneza. “Se você me dissesse há cinco anos que tudo isso estaria acontecendo para mim em apenas 12 meses, eu não teria acreditado em você”, diz Hiddleston. “Susannah entende as exigências disto, porque nós dois estamos nesta excursão do dever, mas certificamos-nos de cuidar um do outro.” 

Hiddleston orgulha-se de Deep Blue Sea, mas ele fica igualmente excitado com o oficial da Primeira Guerra Mundial, capitão Nicholls em Cavalo de Guerra, que estréia em Janeiro. Ele teve uma reunião com Spielberg durante as filmagens de Thor em Los Angeles, e assumiu que eles estavão tendo uma conversa pré audição agradável sobre os Guinness e cavalos, e ficou surpreso quando lhe foi dito que o papel era dele. “Eu quase desatei a chorar, porque aquilo foi o arquiteto da minha imaginação de criança me dizendo que eu sou um verdadeiro negócio.” Junto com Jeremy Irvine e Cumberbatch Bento, Hiddleston foi escalado para um curso de treinamento de dois meses intensivos em equitação, “onde eles gritavam “Não ande como um cowboy” para mim” 

A maioria de suas cenas de trote e galope foram em uma estrada abandonada fora de Elstree na chuva. “Do alto do meu cavalo você pode ver uma linha de trincheiras que haviam construido, ratos mecânicos em todos os lugares, e Spielberg sobre os joelhos em um cagoule com sua lente, tudo ... lamacento. Na parte de trás de sua cadeira de diretor, ele não diz “SS” ou “Spielberg”, diz “pai”, porque ele é como um pai no set.” 

“Ele também dá aos atores as notas mais fantásticas no personagem. Há um momento em que estou levando um ataque de cavalaria ... e vemos que eles tem metralhadoras. Pouco antes de Spielberg tirar o meu close up, ele me disse: “Eu não quero o medo ou terror ou surpresa, Tom. Aqui está o que eu quero: Até você os ver, você é um homem, mas quando eu digo “armas”. Eu quero que você passe a idade de 20 anos. Eu só quero despir o homem e ver o menino. “Eu fiquei encantado com isso, porque em uma tomada que ele havia coletado dizia que esta guerra foi travada por rapazes que tinham acabado de ser tornar apenas homens” 

O ano que vem é uma guerra para Hiddleston, que será a tomada de um dos mais famosos papéis, Henrique V do diretor Kenneth Branagh para a BBC filmes, então lutando cara a cara com todos os heróis estrelas, incluindo Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Capitão América (Chris Evans) em Os Vingadores. O sucesso marvel leva o seu papel da fuga em Thor como Loki, Deus do mal, a um upgrade de pleno direito a malevolência. “Eu contra sete deles”, diz Hiddleston. “E eu digo “Boa sorte para eles”, francamente!” 

Os super heróis foram muito ligados durante as filmagens em Albuquerque, Novo México, diz ele “É como estar em uma equipe de rugby. Puxei para cima minha camisa dizendo: “Olha o tamanho desta contusão no quadril e em seguida Chris Evans puxa para baixo as calças tipo “Cara, você acha que isto é ruim – Da uma olhada na minha bunda”. O pior foi que eu quebrei o cotovelo durante um tête a tête com o Incrível Hulk (Mark Ruffalo) e doeu bastante.”

Nâo são apens diretores de quadrinhos que colocaram inteligentemente Hiddleston ao alcance. Woody Allen escreveu-lhe uma carta com 15 páginas de roteiro, convidando-o para passar o verão em Paris e interpretar um personagem chamado Scott. A partir do roteiro, Hiddleston deduziu que ele estava sendo convidado para encenar o protagonista do drama de época Meia Noite em Paris de F Scott Fitzgerald. Ele só descobriu o contrário, quando chegou para o seu primeiro dia de filmagens e encontrou o astro do filme, Owen Wilson. “Owen tinha sempre para me contar o resto de uma história aqui e alí: Oh não, meu persnagem vai voltar no tempo e atende a todos os escritores famosos, mas na verdade esta é uma comédia moderna”

Hiddleston queria aturar desde tenra idade, mas não foi sempre confiante sobre perseguir isto como uma profissão, até que veio para Fringe e estrelou uma produção de final de viagem que ganhou cinco estrelas de The Scotsman. “Este foi o ponto de virada”, recorda ele, mas seu pai, James, um cientista e empresário, estava longe de ser convencido de que seu filho do meio deve desperdiçar uma educação na Eton e Cambridge em uma carreira incerta nas artes do espetáculo.

“O único caminho para a auto-estima é para ganhar seu próprio sustento”, diz Hiddleston, “Ele dizia: Você precisa de um bom trabalho, e nos brigamos sobre isso quando eu era mais jovem, mas não mais. Ele tem sido um grande apoio – na verdade eu só tenho um texto dele dizendo boa sorte com a estréia de Deep Blue Sea. Se eu ainda estivesse com 14 anos, eu diria que Deep Blue Sea foi para minha mãe e Cavalo de Guerra para meu pai, embora é claro eles vão adorar os dois”. 

Fonte: scotsman.com